Fato 1: Dados do Ministério da Saúde mostram que a maioria dos municípios brasileiros não dispõe de métodos contraceptivos adequados. Segundo a pesquisa, somente 53% das cidades oferecem camisinha, e 47%, pílula.
Fato 2: Em menos de duas semanas, 22 recém-nascidos morreram na UTI neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Belém. Suspeita-se que as mortes venham ocorrendo pela falta de estrutura do hospital.
“Insetos, fossa a céu aberto, roedores por todos os lados, roupas mal lavadas, total falta de equipamentos e recursos humanos”, assim o hospital é descrito pelo promotor da Infância e Juventude do Ministério Público do Estado do Pará, Ernestino Silva.
Questionamentos: Como podemos impedir as mulheres brasileiras de realizarem aborto, se, com a escassa distribuição de métodos contraceptivos, muitas delas não têm nem a opção de evitar a gravidez?
Como podemos impedir as mulheres brasileiras de interromoper a gestação, se muitas são obrigadas a dar à luz em precários hospitais, onde bebês dividem berçário com insetos?
Conclusão: Mais uma vez, estamos atrasados. De acordo com estudo da ONU (Organização das Nações Unidas), dos 48 países mais desenvolvidos, 31 permitem o aborto a pedido da gestante, seguindo diversos critérios - a maioria autoriza a prática até a 12ª semana de gestação. Dos 145 países menos desenvolvidos, porém, apenas 21 têm essas regras.
Estamos esperando o quê? Não me venham com argumentos religiosos porque, há tempos, vivemos em um Estado laico. Sinto muito, mas a Igreja não tem, ou não deveria ter, vez nem voz nesta discussão.
Atualização (03/07): O número de bebês mortos subiu para 24!